segunda-feira, fevereiro 21, 2005

5 medidas para o XVII Governo

- Fim do sigilo bancário
- Fim das progressões automáticas na Função Pública que inflacionam a massa salarial da mesma, muito mais do que os aumentos
- Aumento para 2% do PIB em I&D (e não apenas 1%...não devemos quer estar na média europeia, devemos quer estar acima dela)
- Orçamento plurianual para os principais ministérios do Estado
- Fim das SCUT

Como medir a prestação de um Governo?

Por 3 ou 4 dados, que vou aqui guardar neste post para o dia 20 de fevereiro de 2006 ver como estão.

- Défice e Dívida Pública: 4,5 e 63% do PIB.
- Desemprego: 7% da população activa
- Cresimento previsto para o próximo ano: 2%
- Redução do peso da Adm. Pública no OGE do próximo ano: 48%

Balanço da Campanha II

Curioso será ver o que fará o Bloco de Esquerda (com o seu eleitorado de protesto) com 8 deputados que não servem para nada que o PS não queira. Sem grandes custos eleitorais para o centro político que decidiu estas eleições, José Sócrates, perante as propostas do BE pode limitar-se a sorrir e a dizer: "Vocês até são um partido simpático, mas isso agora não é possível". Ou seja vai existir o Bloco que o PS deixar. A ver vamos se o BE não cresceu demais para o seu próposito. A ver vamos se daqui a quatro anos eles elegem os mesmos deputados. O PCP beneficiou de o seu secretário-geral ser pela primeira vez uma figura simpática para todos, centro-direita incluído. O reforço da votação no PCP deve-se a Jerónimo de Sousa, um dos vencedores claros destas eleições. O CDS foi arrastado pelo epifenómeno Santana. Se calhar, bem vistas as coisas, teria sido melhor para eles recusar a Durão a continuação da coligação governamental, se este saísse. Mas o CDS, que no meu entender soube muito bem gerir este final de governo, fez essa opção. Pagou-a ontem. E Paulo Portas não vai para casa. Até 2009, ele imitará Marcelo e verá Cristo descer à Terra, para se recandidatar.

Balanço da Campanha I

Não me irão ver, naturalmente, contra a decisão do Povo. Não concordo com ela, mas - até pelos números brutos de votos - respeito-a na íntrega. Não creio que esta tenha sido uma grande vitória do PS, por mérito próprio. Esta vitória e, designadamente, esta maioria absoluta, aconteceram porque o governo que era sufragado foi, basicamente, um mau Governo. Sem entrar no "O-Santana-esse-mau-que-só-fez-mal-ao-povo", este governo (que teve a imprensa mais hostil desde do final do Cavaquismo) foi um mau governo. Entre aquelas mentes iluminadas de Rui Gomes da Silva e companhia limitada, ninguém avisou Santana que mais do que os ataques de Marcelo, ou mais que as trapalhadas protocolares estava uma coisa em cima das preocupações: Falar aos desempregados. O Expresso lembrou bem na sexta-feira que os governos são reeleitos quando criam mais emprego e são afastados quando o desemprego cresce. É óbvio que eu podia estar a escrever com outra moral, se tivesse votado em branco, mas não votei. Votei PSD porque, no meu pequeno contributo, era o melhor dos votos que eu tinha para impedir a maioria do PS. Porque eu não queria reeleger Santana, disse-o e pensei-o quando mudei o meu sentido de voto. São muitos preocupantes algumas propostas do PS. Veremos. A partir de hoje, este tem de deixar de ser o governo do PS para passar a ser o Governo do País. Que seja bem sucedido. Que me dê razões para eu votar numa reeleição. Era muito bom sinal.

domingo, fevereiro 20, 2005

Mal Menor!

Esclareço já - Este é um post meramente opinativo:
A meu ver, opinião partilhada por um ou outro amigo meu com quem falei, estas foram umas legislativas em que se procurávamos eleger o Mal Menor para liderar um próximo governo. Há quem tenha votado PS, quem tenha votado PSD, torno o meu voto público: votei PSD. Votei no PSD sem acreditar no "projecto Santana Lopes", mas por considerá-lo o menos mau e mais capaz entre todos.
É o que considero que foi eleito hoje porque não reconheço competência a José Sócrates, espero vir a reconhecer, mas por agora, pelo que defendeu durante a campanha e pela forma como o fez e pela sua prestação enquanto Ministro do Ambiente, não.
Não vejo também em Pedro Santana Lopes um bom Primeiro Ministro, apesar de conseguir ver o que de bom e o de mau fez nos poucos meses que durou o seu governo e ser da opinião que não deve ficar rotulado devido ao reduzido tempo em que governou.

Estabilidade governamental para agora?!

Segundo as previsões o PS ganha hoje com maioria absoluta, nada que não fosse já sabido e que o meu colega de blog não tenha previsto num outro blog seu.
Perante este resultado uma pergunta se coloca: Atingirá o governo hoje eleito a estabilidade governamental que nos últimos anos tem faltado ao país?! Ou será que as próximas Legislativas serão bem antes de daqui por 4 anos?!
A minha opinião, contrária da do João, é que se atingirá a almejada estabilidade. O que eu penso é que Sócrates não fugirá como fez António Guterres ou que um futuro Presidente da República não deporá o governo hoje eleito, Jorge Sampaio até ao fim do seu mandato não o fará de certeza absoluta, penso que um novo Presidente não colocará sequer essa questão, normal funcionamento das Instituições à parte.
Sem contar com preferências ou voto pessoal, espero muito sinceramente que sim, que essa estabilidade governamental seja agora atingida com o hoje eleito porque Portugal bem precisa disso.

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

O Debate!

Acabou há minutos (começo a escrever às 22h30 +-) o debate entre os dois principais e únicos verdadeiros candidatos a formarem Governo, de que aliás penso que se tem falado a mais na pré-campanha! O que sublinho?!
Que o debate começou pelo tema da vida pessoal dos candidatos a propósito dos boatos que têm surgido acerca da vida privada do Eng. José Sócrates com um apontar de dedo de José Sócrates a Pedro Santana Lopes acusando-o de ser responsável de lançar os boatos na praça pública. Santana Lopes respondeu não ter qualquer responsabilidade em tal assunto e que o acha completamente irrelevante, mas sublinhando que não deixa de debater certos e determinados temas só porque possa estar relacionado com a vida pessoal de outro qualquer candidato a Primeiro Ministro. - Inutilidades a meu ver! É algo que é debatido a mais e sem qualquer relevância para a vida política de Portugal. Muito francamente não vi, nem deixei de ver no discurso de Santana Lopes até hoje as insinuações sobre a sexualidade de José Sócrates, mas acho-o uma perda de tempo e um absurdo.
Tema: Reformas - Sócrates afirma em linhas gerais que a reconversão com o salário minimo nacional demorará tempo a mais, que o seu governo se propõe a tomar medidas para que a pobreza na Terceira Idade seja diminuida. Santana por seu turno defendeu a reconversão com o salário minimo que está a ser feita. Tempo de reforma aos 65 anos (ou até aos 68 anos) para os que têm menos de 35 anos actualmente, para os que têm actualmente mais de 35 anos tal será apenas opcional reitera Santana. Sócrates diz que é preciso criar as condições para que as pessoas continuem mais activas mesmo nas idades mais avançadas.
Tema: Salários da Função Pública - Sócrates diz que um ser governo não congelará o aumento dos salários como o governo cessante fez. Santana afirmou que o seu governo encontra-se agora em condições para aumentar salários já no próximo orçamento também.
Tema: Emprego - Sócrates defendeu que conseguirá atribuir os postos de emprego que o governo de Santana perdeu. Santana que o governo financiará no máximo de 75% os estágios de 75.000 recém-licenciados e jovens desempregados até 25 anos.
Tema: Política ambiental - Não houve tempo para implementar a co-inceneração no seu total defende Sócrates. Santana mantém a política do governo cessante que encabeça.
Em declarações finais Sócrates diz "Acredito em Portugal!", Santana diz que "Os portugueses contam comigo, espero contar com os portugueses!".
O que penso do que vi (idealismos pessoais à parte e falando mal dos dois)?
Sócrates foi o verdadeiro político, ou seja, prometeu, dizendo que não promete mas que estabelece objectivos, coisas que não deveria prometer porque não são concretizáveis sem acarretarem algumas consequências (que se "esquece" de mencionar).
Já Santana Lopes faz as coisas parecerem muito melhor (bem demais de repente, diga-se) a partir da vigência do próximo governo PSD, caso este ganhe.