O verdadeiro "choque" tecnológico
No começo deste período eleitoral mandei e-mails para os 6 principais partidos a pedir informações sobre programas e candidatos. Recibos de leitura: 1 (PS). Respostas: 0.
quarta-feira, janeiro 26, 2005
Portugal a Caminho de Eleições - XIII
O verdadeiro "choque" tecnológico
No começo deste período eleitoral mandei e-mails para os 6 principais partidos a pedir informações sobre programas e candidatos. Recibos de leitura: 1 (PS). Respostas: 0.
No começo deste período eleitoral mandei e-mails para os 6 principais partidos a pedir informações sobre programas e candidatos. Recibos de leitura: 1 (PS). Respostas: 0.
Portugal a Caminho de Eleições - XII
Os debates da RTP
Tenho visto os debates sectoriais na RTP e se no debate da Saúde confirmei que os principais partidos têm bons nomes para essa área (a excepção é o PCP com Bernandino Soares) - inclusive João Semedo, do BE (não concordo com muitas coisas que ele diz, mas é, se calhar, o melhor rosto do BE que até hoje apareceu em termos de coerência) e que tanto Luís Filipe Pereira (o melhor ministro da saúde dos últimos anos) como António Correia de Campos (o potencial ministro do PS que mais gosto, pessoalmente) têm o bom senso suficiente para darem bons ministros, já na Educação o debate foi de uma pobreza extrema. Desde Guilherme d'Oliveira Martins (que faz lembrar o Iordanov no Sporting, por fazer todos os lugares de ministro que seja possível) até um senhor do PSD que não me recordo o nome de tão mau que foi, vê-se que não é aí que o novo poder vai fazer a diferença. Por exemplo, não consegui perceber porque raio é que um estudante de Medicina têm de pagar o mesmo que um de Direito. Ou sequer que propostas em concreto, para além dos lugares comuns, cada partido têm para o Básico e o Secundário. Mas eu devo andar a ouvir mal...
Tenho visto os debates sectoriais na RTP e se no debate da Saúde confirmei que os principais partidos têm bons nomes para essa área (a excepção é o PCP com Bernandino Soares) - inclusive João Semedo, do BE (não concordo com muitas coisas que ele diz, mas é, se calhar, o melhor rosto do BE que até hoje apareceu em termos de coerência) e que tanto Luís Filipe Pereira (o melhor ministro da saúde dos últimos anos) como António Correia de Campos (o potencial ministro do PS que mais gosto, pessoalmente) têm o bom senso suficiente para darem bons ministros, já na Educação o debate foi de uma pobreza extrema. Desde Guilherme d'Oliveira Martins (que faz lembrar o Iordanov no Sporting, por fazer todos os lugares de ministro que seja possível) até um senhor do PSD que não me recordo o nome de tão mau que foi, vê-se que não é aí que o novo poder vai fazer a diferença. Por exemplo, não consegui perceber porque raio é que um estudante de Medicina têm de pagar o mesmo que um de Direito. Ou sequer que propostas em concreto, para além dos lugares comuns, cada partido têm para o Básico e o Secundário. Mas eu devo andar a ouvir mal...
Portugal a Caminho de Eleições - XI
O número de funcionários na Função Pública
Fazendo um pequeno estudo, com números especulativos (porque não há fontes certas para o ano de 2005) avançados na imprensa sobre os custos com a massa salarial da Função Pública, chego à conclusão que se podia, com um pequeno custo social (que seria suportado pelo Ministério da Segurança Social, através do fundo de desemprego) num universo tão grande, poupar até 800 milhões de €uros com essa massa salarial e ainda aumentar 3% ao ano os funcionários públicos, até ao final da Legislatura que aí vem. Para a melhor compreensão deste estudo, é preciso compreender que defendo o fim total de um mecanismo retrógado e quase patético, que não deverá existir em mais nenhuma Administração Pública que se queira a funcionar bem que é o mecanismo de "progressão automática nas carreiras". Isso não funciona na iniciativa privada, não faz nenhum sentido que as progressões na carreira sejam automáticas. Se um funcionário é promovido, devo-o ser por mérito, por exclência e não por que cumpriu um determinado tempo como funcionário público, por exemplo. Assim, de acordo com as estimativas para este ano, a massa salarial da Função Pública para 2005 será de 19,5 Biliões de €uros. Refira-se ainda que este estudo tem a premissa de existirem exactamente 700 000 funcionários públicos, o que é naturalmente falso, mas é uma base mais ou menos fiável de trabalho. Com base nisto, o Estado gastaria em massa salarial uma média de 27850 €uros por ano com cada funcionário em 2005. O objectivo para 2006 seria de reduzir em 200 milhões de €uros a massa global da FP, para 19.3 Biliões de €uros. Com o aumento de 3%, a média passaria de 27850 para 28685 €/ano. O custo desse aumento será suportado por um corte no número global de funcionários de 700000 para 670000, o que é perfeitamente alcansável com um número de despedimentos relativamente baixo (cerca de, no máximo, 3000 num universo de 700000) já que poderão em 2005 passar à reforma mais do que que estes 30000 funcionários (com base nas previsões até ao máximo de 45000 poderão passar), dando até uma margem para alguma renovação que se deseja na função pública. Para 2007, a massa global seria reduzida em 300 milhões de €uros (para 19 Biliões de €uros), para um aumento de 1290 €/ano/trabalhador. Seria preciso reduzir de 670 000 para 620 000 (aí, com mais despedimentos, cerca de 5000, considerando que 45000 poderão passar à reforma). No ano de 2008 estaria completa esta mini-reforma, pondo alguns serviços (e aí, deixando de recorrer a despedimentos) na esfera meramente privada, cujo Estado não necessita para reduzir o nºs de funcionários de 620 000 para 550 000, a massa individual aumentaria para 30430 €/ano/trabalhador e a massa global seria reduzida para 18,7 Biliões de €uros até ao final da Legislatura (considera-se Final de 2008). Para esta "velocidade cruzeiro" se alcançar, seria necessário para além dos 45000 que passariam à reforma nesse ano, cortar mais 25000 empregos, nas tais transferências para a esfera privada de organismos públicos, o que certamente é facilmente alcançado num universo de 700 000 funcionários e muitos organismos que não fazem sentido nenhum na esfera do Estado. Com isto, chegaríamos ao final de 2008 com menos 150 000 funcionários públicos, um Estado mais magro, os funcionários que se mantinham ganhariam no final da Legislatura mais 9,3% do que no seu início e com a transferência de 10000 para o mercado privado de emprego. E como gerir estes 10000 despedimentos? É simples. Criar uma regra social de gestão que estes dispensados só o poderiam ser em "boa idade de emprego". Ou seja, que ainda fossem válidos para o mercado de trabalho. Mero exemplo, que tivessem menos de 35 anos, porque ninguém no seu perfeito juízo quer despedir pessoas com 40 ou 50 anos - ou mal qualificadas - que já não têm hipotese de emprego na iniciativa privada. A isto chama-se gestão. O PS quer reduzir a função pública para um número de funcionários parecido com este, mas é pura demagogia, porque como disse num post anterior, não vai um licenciado em Direito para jardineiro. Mas também é verdade que este exercício teórico tem custos políticos muito graves. È verdade que é muito díficil dizer aos funcionários públicos: "olhe, vai ganhar mais 9% em 3 anos, mas o seu colega do lado não está a produzir e vai ter de sair daqui". É verdade que não há coragem para fazer medidas como estas em Portugal. Mas também é verdade que por cada ano que elas não forem feitas, é só mais um ano que a adiamos, porque são inevitáveis.
Fazendo um pequeno estudo, com números especulativos (porque não há fontes certas para o ano de 2005) avançados na imprensa sobre os custos com a massa salarial da Função Pública, chego à conclusão que se podia, com um pequeno custo social (que seria suportado pelo Ministério da Segurança Social, através do fundo de desemprego) num universo tão grande, poupar até 800 milhões de €uros com essa massa salarial e ainda aumentar 3% ao ano os funcionários públicos, até ao final da Legislatura que aí vem. Para a melhor compreensão deste estudo, é preciso compreender que defendo o fim total de um mecanismo retrógado e quase patético, que não deverá existir em mais nenhuma Administração Pública que se queira a funcionar bem que é o mecanismo de "progressão automática nas carreiras". Isso não funciona na iniciativa privada, não faz nenhum sentido que as progressões na carreira sejam automáticas. Se um funcionário é promovido, devo-o ser por mérito, por exclência e não por que cumpriu um determinado tempo como funcionário público, por exemplo. Assim, de acordo com as estimativas para este ano, a massa salarial da Função Pública para 2005 será de 19,5 Biliões de €uros. Refira-se ainda que este estudo tem a premissa de existirem exactamente 700 000 funcionários públicos, o que é naturalmente falso, mas é uma base mais ou menos fiável de trabalho. Com base nisto, o Estado gastaria em massa salarial uma média de 27850 €uros por ano com cada funcionário em 2005. O objectivo para 2006 seria de reduzir em 200 milhões de €uros a massa global da FP, para 19.3 Biliões de €uros. Com o aumento de 3%, a média passaria de 27850 para 28685 €/ano. O custo desse aumento será suportado por um corte no número global de funcionários de 700000 para 670000, o que é perfeitamente alcansável com um número de despedimentos relativamente baixo (cerca de, no máximo, 3000 num universo de 700000) já que poderão em 2005 passar à reforma mais do que que estes 30000 funcionários (com base nas previsões até ao máximo de 45000 poderão passar), dando até uma margem para alguma renovação que se deseja na função pública. Para 2007, a massa global seria reduzida em 300 milhões de €uros (para 19 Biliões de €uros), para um aumento de 1290 €/ano/trabalhador. Seria preciso reduzir de 670 000 para 620 000 (aí, com mais despedimentos, cerca de 5000, considerando que 45000 poderão passar à reforma). No ano de 2008 estaria completa esta mini-reforma, pondo alguns serviços (e aí, deixando de recorrer a despedimentos) na esfera meramente privada, cujo Estado não necessita para reduzir o nºs de funcionários de 620 000 para 550 000, a massa individual aumentaria para 30430 €/ano/trabalhador e a massa global seria reduzida para 18,7 Biliões de €uros até ao final da Legislatura (considera-se Final de 2008). Para esta "velocidade cruzeiro" se alcançar, seria necessário para além dos 45000 que passariam à reforma nesse ano, cortar mais 25000 empregos, nas tais transferências para a esfera privada de organismos públicos, o que certamente é facilmente alcançado num universo de 700 000 funcionários e muitos organismos que não fazem sentido nenhum na esfera do Estado. Com isto, chegaríamos ao final de 2008 com menos 150 000 funcionários públicos, um Estado mais magro, os funcionários que se mantinham ganhariam no final da Legislatura mais 9,3% do que no seu início e com a transferência de 10000 para o mercado privado de emprego. E como gerir estes 10000 despedimentos? É simples. Criar uma regra social de gestão que estes dispensados só o poderiam ser em "boa idade de emprego". Ou seja, que ainda fossem válidos para o mercado de trabalho. Mero exemplo, que tivessem menos de 35 anos, porque ninguém no seu perfeito juízo quer despedir pessoas com 40 ou 50 anos - ou mal qualificadas - que já não têm hipotese de emprego na iniciativa privada. A isto chama-se gestão. O PS quer reduzir a função pública para um número de funcionários parecido com este, mas é pura demagogia, porque como disse num post anterior, não vai um licenciado em Direito para jardineiro. Mas também é verdade que este exercício teórico tem custos políticos muito graves. È verdade que é muito díficil dizer aos funcionários públicos: "olhe, vai ganhar mais 9% em 3 anos, mas o seu colega do lado não está a produzir e vai ter de sair daqui". É verdade que não há coragem para fazer medidas como estas em Portugal. Mas também é verdade que por cada ano que elas não forem feitas, é só mais um ano que a adiamos, porque são inevitáveis.
segunda-feira, janeiro 24, 2005
Portugal a Caminho de Eleições - X
Ideia interessante
A que o Sapo teve em convidar os quatro líderes para cada um ter um blog. Aqui ficam os links:
Pedro Santana Lopes
José Sócrates
Paulo Portas
Jerónimo de Sousa
A que o Sapo teve em convidar os quatro líderes para cada um ter um blog. Aqui ficam os links:
Pedro Santana Lopes
José Sócrates
Paulo Portas
Jerónimo de Sousa
domingo, janeiro 23, 2005
Portugal a Caminho de Eleições - IX
A proposta de Sócrates em que o PS defende que por cada dois reformados entre um jovem licenciado na F.Pública, quererá dizer que se dois jardineiros do Ministério da Adm. Interna se reformarem, um jovem licenciado em (por ex.) Direito irá substituir-los? Parece-me bem. O que o PS não quer dizer antes das eleições é que são mesmo precisos despedimentos na Função Pública. Com números que eu avançarei no próximo post, num pequeno estudo que fiz sobre a matéria. Será apenas uma estimativa, mas pode mesmo resultar. Haja apenas coragem para a aplicar.
sábado, janeiro 22, 2005
O Segundo Mandato de Bush!
George W. Bush iniciou na Quinta-feira o seu segundo mandato enquanto Presidente dos EUA, aqui fica um vislumbre do que possivelmente poderemos presenciar nos próximos 4 anos:
2nd Term!
2nd Term!
Portugal a Caminho de Eleições - VI
O PSL/PPD/PSD/MPT/PPM
Nunca, na história democrática portuguesa o Partido Social Democrata partiu em tão clara desvantagem para umas Eleições Gerais. Agarrado a um líder frouxo, sem cariz para ser Primeiro-Ministro, e delapidado do poder a meio do seu mandato (quando era matriz Barrosista, que os dois primeiros anos seriam para as medidas duras e o 3º e 4º anos da Legislatura para colher os louros das louros das políticas seguidas) pelo Presidente Sampaio, o Partido vê-se numa situação que tem dupla maldade: irá para a oposição, e não estará representado no Parlamento, porque as listas para a Assembleia não são as listas do PSD, mas sim do PSL (chame-se Partido Social Liberal ou Partido do Santana Lopes) já que são mais que muitos os exemplos de lugares elegíveis que eram do PSD e passaram para esse clube de 20 ou 30 pessoas que fazem o círculo próximo do Primeiro-Ministro. Pedro Santana Lopes tem o duplo dom de, com esta medida, se circundar no Parlamento dos seus amigos e de fazer a vida muito díficil ao próximo líder laranja, já que este (como sucedeu com Marcelo Rebelo de Sousa, antes de 1999) não será deputado e não terá ali a sua tribuna de oposição ao governo Socialista (o único potencial líder do PSD que será deputado, porventura, é Luís Marques Mendes) o que pode dificultar a vida ao PSD, mas sobretudo ao Governo-eleito, pois terá uma oposição vinda de fora de um hemiciclo que aos olhos dos portugueses está desacreditado e a quem, no dia-a-dia, ninguém liga nenhuma. Não acreditando eu, que mesmo num cenário de maioria absoluta PS, o próximo governo dure os 4 anos - por incapacidade de Sócrates e da tralha guterrista que em cenário de "empate + 1" (D. Campelo) não acabou a Legislatura, o próximo líder laranja terá de renovar o Partido fora do Parlamento para o preparar para eleições em 2006/2007, onde, num cenário em que o PSL deu lugar ao PSD (numa substituição que pode ser potenciada pela candidatura de Cavaco à Presidência) se dará a alternância democrática rotativista entre Rosa e Laranja que o nosso jogo político propricia. Adende-se a isto que o novo líder não deverá ter Paulo Portas à perna nessas eleições, uma vantagem face a um PS que estará de saída do Poder. Dizia, num comentário, o meu querido colega e amigo José Coelho que o pior PSD será sempre melhor que o PS, ainda para mais este PS. Totalmente de acordo. Mas o problema é que não é o PSD que se apresenta a eleições. É essa massa política de amigos de Santana e fadistas que deixou esquecer o (goste-se ou não - e veja-se que Sócrates é agora - ó ironia - o seu principal defensor) legado do verdadeiro PSD de Manuela Ferreira Leite e Durão Barroso, que, na parte penosa da Legislatura, tentou, ainda que eu não concorde com algumas políticas, estancar o défice e reformar o País. Com isto só posso concluir que o regresso do PSD à vida política pode ser a única tábua de salvação do "centrão" político, que é, goste-se ou não, a única força portuguesa capaz de governar Portugal. Santana não serve, Sócrates também não e o grande vencedor das eleições de daqui a 38 dias será, não tenham dúvidas, o ficar em casa. Vamos a ver se não ultrapassa os 50%, porque isso seria grave para a legitimidade do próximo governo.
Nunca, na história democrática portuguesa o Partido Social Democrata partiu em tão clara desvantagem para umas Eleições Gerais. Agarrado a um líder frouxo, sem cariz para ser Primeiro-Ministro, e delapidado do poder a meio do seu mandato (quando era matriz Barrosista, que os dois primeiros anos seriam para as medidas duras e o 3º e 4º anos da Legislatura para colher os louros das louros das políticas seguidas) pelo Presidente Sampaio, o Partido vê-se numa situação que tem dupla maldade: irá para a oposição, e não estará representado no Parlamento, porque as listas para a Assembleia não são as listas do PSD, mas sim do PSL (chame-se Partido Social Liberal ou Partido do Santana Lopes) já que são mais que muitos os exemplos de lugares elegíveis que eram do PSD e passaram para esse clube de 20 ou 30 pessoas que fazem o círculo próximo do Primeiro-Ministro. Pedro Santana Lopes tem o duplo dom de, com esta medida, se circundar no Parlamento dos seus amigos e de fazer a vida muito díficil ao próximo líder laranja, já que este (como sucedeu com Marcelo Rebelo de Sousa, antes de 1999) não será deputado e não terá ali a sua tribuna de oposição ao governo Socialista (o único potencial líder do PSD que será deputado, porventura, é Luís Marques Mendes) o que pode dificultar a vida ao PSD, mas sobretudo ao Governo-eleito, pois terá uma oposição vinda de fora de um hemiciclo que aos olhos dos portugueses está desacreditado e a quem, no dia-a-dia, ninguém liga nenhuma. Não acreditando eu, que mesmo num cenário de maioria absoluta PS, o próximo governo dure os 4 anos - por incapacidade de Sócrates e da tralha guterrista que em cenário de "empate + 1" (D. Campelo) não acabou a Legislatura, o próximo líder laranja terá de renovar o Partido fora do Parlamento para o preparar para eleições em 2006/2007, onde, num cenário em que o PSL deu lugar ao PSD (numa substituição que pode ser potenciada pela candidatura de Cavaco à Presidência) se dará a alternância democrática rotativista entre Rosa e Laranja que o nosso jogo político propricia. Adende-se a isto que o novo líder não deverá ter Paulo Portas à perna nessas eleições, uma vantagem face a um PS que estará de saída do Poder. Dizia, num comentário, o meu querido colega e amigo José Coelho que o pior PSD será sempre melhor que o PS, ainda para mais este PS. Totalmente de acordo. Mas o problema é que não é o PSD que se apresenta a eleições. É essa massa política de amigos de Santana e fadistas que deixou esquecer o (goste-se ou não - e veja-se que Sócrates é agora - ó ironia - o seu principal defensor) legado do verdadeiro PSD de Manuela Ferreira Leite e Durão Barroso, que, na parte penosa da Legislatura, tentou, ainda que eu não concorde com algumas políticas, estancar o défice e reformar o País. Com isto só posso concluir que o regresso do PSD à vida política pode ser a única tábua de salvação do "centrão" político, que é, goste-se ou não, a única força portuguesa capaz de governar Portugal. Santana não serve, Sócrates também não e o grande vencedor das eleições de daqui a 38 dias será, não tenham dúvidas, o ficar em casa. Vamos a ver se não ultrapassa os 50%, porque isso seria grave para a legitimidade do próximo governo.
Portugal a Caminho de Eleições - VIII
Notas do dia
- O debate entre os dois candidatos a Primeiro-Ministro vai ser na RTP 2, num programa que costuma começar à 00:00 de um dia de semana (Clube dos Jornalistas) - Audiência Prevista: Zero.
- Diogo Infante ensaiou uma resposta aos boatos que o envolvem, num pé de página da Visão. Foi pior emenda que o soneto. Vale Zero.
- O anterior Primeiro-Ministro tomou posse como Presidente da Comissão Europeia. Relevância televisiva em Portugal? Zero.
- O debate entre os dois candidatos a Primeiro-Ministro vai ser na RTP 2, num programa que costuma começar à 00:00 de um dia de semana (Clube dos Jornalistas) - Audiência Prevista: Zero.
- Diogo Infante ensaiou uma resposta aos boatos que o envolvem, num pé de página da Visão. Foi pior emenda que o soneto. Vale Zero.
- O anterior Primeiro-Ministro tomou posse como Presidente da Comissão Europeia. Relevância televisiva em Portugal? Zero.
Portugal a Caminho de Eleições - VII
O papel fundamental do Bloco
Ajudado pelo magnífico trabalho do Margens de Erro e o seu "poll of polls", e tendo a sondagem mais recente da Eurosondagem para a RR/SIC/Expresso como pano de fundo, cada vez mais se verifica que a maioria absoluta do PS já não depende do centro político mas sim dos votos à sua esquerda. De facto, ao centro o PS já não pode crescer mais (não é crível que o PSD valha menos de 30% e se valer a culpa será do eleitorado à direita, que dará votação a Portas) e neste momento o que separa o PS de uma maioria absoluta é a capacidade ou não de ganhar os votos daqueles que vêem Sócrates como um "Guterres II", sem verdadeiras ideias de esquerda. Com o PCP/PEV a estagnar (Jerónimo de Sousa não é um galvanizador de novos eleitorados) verifica-se, nas várias sondagens que as descidas recentes do PS verificam-se à custa de uma subida do BE. Ou seja, ou há maioria PS ou há "acordo de incidência parlamentar" PS/BE. Nada mau para um grupelho de partidos de extrema-esquerda, que das 10 medidas que considera prioritárias para o país, 3 iriam atirar Portugal para fora do quadro da UE, uma vai contra a vontade popular e das outras 6, o PS já tomou para si metade delas. Neste cenário, do mal o menos, e que venha então a maioria PS. Até porque penso que ela não irá durar os quatro anos, para mal do nosso país.
Ajudado pelo magnífico trabalho do Margens de Erro e o seu "poll of polls", e tendo a sondagem mais recente da Eurosondagem para a RR/SIC/Expresso como pano de fundo, cada vez mais se verifica que a maioria absoluta do PS já não depende do centro político mas sim dos votos à sua esquerda. De facto, ao centro o PS já não pode crescer mais (não é crível que o PSD valha menos de 30% e se valer a culpa será do eleitorado à direita, que dará votação a Portas) e neste momento o que separa o PS de uma maioria absoluta é a capacidade ou não de ganhar os votos daqueles que vêem Sócrates como um "Guterres II", sem verdadeiras ideias de esquerda. Com o PCP/PEV a estagnar (Jerónimo de Sousa não é um galvanizador de novos eleitorados) verifica-se, nas várias sondagens que as descidas recentes do PS verificam-se à custa de uma subida do BE. Ou seja, ou há maioria PS ou há "acordo de incidência parlamentar" PS/BE. Nada mau para um grupelho de partidos de extrema-esquerda, que das 10 medidas que considera prioritárias para o país, 3 iriam atirar Portugal para fora do quadro da UE, uma vai contra a vontade popular e das outras 6, o PS já tomou para si metade delas. Neste cenário, do mal o menos, e que venha então a maioria PS. Até porque penso que ela não irá durar os quatro anos, para mal do nosso país.
Portugal a Caminho de Eleições - V
Hã?
José Sócrates disse hoje que "o objectivo do PS é colocar as pensões mínimas ao nível do limiar da pobreza". Ouvi e não quis acreditar. Primeiro, revela um total desconhecimento (mesmo eu, um leigo, sei o que isso é) do que é o "nível do limiar da pobreza". São 60 doláres, pouco mais de 10 contos. Ora isso, já nós temos. Segundo, revela que o seu objectivo é a tecnocracia pura, apostando em termos tão vagos como "inovação" e "tecnologia", como se isso quissese dizer alguma coisa em Portugal e não as preocupações com os mais pobres, com os pensionistas, como seria timbre da tal "social-democracia nórdica" que ele tanto apregoa. Depois, quando confrontado pelos jornalistas com as suas inacreditáveis declarações, repetiu várias vezes que "limiar de pobreza" era um termo técnico. E, apertado pela imprensa, bateu com a porta do carro, tentado fugir à pergunta. Ora, isto passou paí como 20ª notícia na SIC e RTP (não vejo o jornal da TVI para poder dizer). O que é mais preocupante para a Nação no seu todo? Uns devaneios turísticos de um ministro ou um quase-eleito Primeiro Ministro que diz que "limiar de pobreza é um termo técnico"? Eu cá acho que é a segunda. Mas, se calhar, dá mais audiência a primeira, por estar na moda bater no PSD. Meus amigos que me fazem o favor de ler este blog, podemos estar à beira de "explusar a má moeda", mas vamos entrar num período de uma moeda ainda pior. E, sejamos francos, "má moeda" por "má moeda", deixem lá estar esta, que ainda nos diverte.
José Sócrates disse hoje que "o objectivo do PS é colocar as pensões mínimas ao nível do limiar da pobreza". Ouvi e não quis acreditar. Primeiro, revela um total desconhecimento (mesmo eu, um leigo, sei o que isso é) do que é o "nível do limiar da pobreza". São 60 doláres, pouco mais de 10 contos. Ora isso, já nós temos. Segundo, revela que o seu objectivo é a tecnocracia pura, apostando em termos tão vagos como "inovação" e "tecnologia", como se isso quissese dizer alguma coisa em Portugal e não as preocupações com os mais pobres, com os pensionistas, como seria timbre da tal "social-democracia nórdica" que ele tanto apregoa. Depois, quando confrontado pelos jornalistas com as suas inacreditáveis declarações, repetiu várias vezes que "limiar de pobreza" era um termo técnico. E, apertado pela imprensa, bateu com a porta do carro, tentado fugir à pergunta. Ora, isto passou paí como 20ª notícia na SIC e RTP (não vejo o jornal da TVI para poder dizer). O que é mais preocupante para a Nação no seu todo? Uns devaneios turísticos de um ministro ou um quase-eleito Primeiro Ministro que diz que "limiar de pobreza é um termo técnico"? Eu cá acho que é a segunda. Mas, se calhar, dá mais audiência a primeira, por estar na moda bater no PSD. Meus amigos que me fazem o favor de ler este blog, podemos estar à beira de "explusar a má moeda", mas vamos entrar num período de uma moeda ainda pior. E, sejamos francos, "má moeda" por "má moeda", deixem lá estar esta, que ainda nos diverte.
Portugal a Caminho de Eleições - IV
"O Novo Rumo" socialista
Os primeiros cartazes do Partido Socialista indicam que os markteiros do PS (os sucessores de Edson Atayíde) querem que José Sócrates representem "um rumo" retornado. Como já se viu nas listas do PS, o "novo rumo" é o rumo do II Governo Guterres, com os mesmos, até nas novidades (exemplo, Luís Braga da Cruz), que, recorde-se, prometeu em Janeiro de 2002 (pelo então Ministro das Finanças, Guilherme Oliveira Martins) que o défice desse ano seria de 1,1% do PIB. Recorde-se que o défice apurado desse ano (e que nos valeu uma sanção em Bruxelas e o risco de perda dos fundos estruturais, que ainda mantêm a economia portuguesa como competitiva e permite a nossa evolução como sociedade ocidental) passou os 4,5% do PIB. Uma diferença de mais de 3800 milhões de Euros, 560 milhões de contos. Foi uma mentira grave e que, muito provavelmente, custou o emprego a António Guterres. Porque se o PS (que ainda é o actual PS) tivesse dito a verdade, talvez o Orçamento de Estado 2002 fosse mais restritivo, fosse mais realista e isso teria atenuado a derrota socialista nas municipais de Dezembro desse ano, onde, recorde-se o PS perdeu dois bastiões urbanos, tradicionalmente de esquerda para os actuais nº1 e nº2 do PSD, Pedro Santana Lopes e Rui Rio, dois políticos mais de direita do que do centro político. E isso teria evitado a demissão do "pantâno" , em directo, em noite eleitoral, deixando atónitos (ficou para a história o plano da jornalista Anabela Neves, na SIC, com uma cara do estilo "o que é que eu faço agora?") e abandonados todos os que acreditaram na solução Guterres. Pois, é este PS, o mesmo PS de 2002, agravado sem a combatividade do sector esquerdista do partido (ex. Ferro Rodrigues e Manuel Alegre) que pede agora uma maioria absoluta dos votos aos portugueses. É este PS que pede para uma figura que nunca ocupou nenhum cargo relevante (sejamos claros, o Ministério do Ambiente nunca foi um ministério de topo em Portugal - e, infelizmente, diga-se) o poder quase absoluto. É este PS que a 40 dias das eleições não dá uma única ideia para solucionar a crise das contas públicas (estancada por Manuela Ferreira Leite e agravada por Bagão Félix). É este PS, que soube distribuir a riqueza produzida da obra feita de Cavaco que agora não vai saber gerir uma crise, porque o seu estilo de governação baseia-se em mecanismos como o RMG e as SCUT, que, por boas ideias teóricas que sejam, não têm aplicação prática, sem ser ao custo de todos os portugueses e das futuras gerações. É o mesmo PS despesista, é o mesmo PS da "tralha guterrista", que Portugal deve, sem sombra para dúvidas, negar a possibilidade de uma maioria absoluta dos votos e de mandatos na Assembleia a 20 de Fevereiro. Pelo bem de Portugal, para daqui a um ano ou dois não estarmos a disputar novas eleições, porque José Socrátes não aguentou o barco, que vai estar muito instável, porque as 5 eleições principais (Presidenciais, Europeias, Legislativas, Municipais e Regonais) vão-se disputar num período de 20 meses (de Junho de 2004 a Janeiro de 2006). Vem aí tempos muito turvos, para os quais o PS não é a melhor solução. Resta saber se é a solução possível, mas a isso voltarei mais tarde, em novo artigo desta série "Portugal a Caminho de Eleições", quando falar do PSD e das dúvidas que ainda tenho sobre este.
Os primeiros cartazes do Partido Socialista indicam que os markteiros do PS (os sucessores de Edson Atayíde) querem que José Sócrates representem "um rumo" retornado. Como já se viu nas listas do PS, o "novo rumo" é o rumo do II Governo Guterres, com os mesmos, até nas novidades (exemplo, Luís Braga da Cruz), que, recorde-se, prometeu em Janeiro de 2002 (pelo então Ministro das Finanças, Guilherme Oliveira Martins) que o défice desse ano seria de 1,1% do PIB. Recorde-se que o défice apurado desse ano (e que nos valeu uma sanção em Bruxelas e o risco de perda dos fundos estruturais, que ainda mantêm a economia portuguesa como competitiva e permite a nossa evolução como sociedade ocidental) passou os 4,5% do PIB. Uma diferença de mais de 3800 milhões de Euros, 560 milhões de contos. Foi uma mentira grave e que, muito provavelmente, custou o emprego a António Guterres. Porque se o PS (que ainda é o actual PS) tivesse dito a verdade, talvez o Orçamento de Estado 2002 fosse mais restritivo, fosse mais realista e isso teria atenuado a derrota socialista nas municipais de Dezembro desse ano, onde, recorde-se o PS perdeu dois bastiões urbanos, tradicionalmente de esquerda para os actuais nº1 e nº2 do PSD, Pedro Santana Lopes e Rui Rio, dois políticos mais de direita do que do centro político. E isso teria evitado a demissão do "pantâno" , em directo, em noite eleitoral, deixando atónitos (ficou para a história o plano da jornalista Anabela Neves, na SIC, com uma cara do estilo "o que é que eu faço agora?") e abandonados todos os que acreditaram na solução Guterres. Pois, é este PS, o mesmo PS de 2002, agravado sem a combatividade do sector esquerdista do partido (ex. Ferro Rodrigues e Manuel Alegre) que pede agora uma maioria absoluta dos votos aos portugueses. É este PS que pede para uma figura que nunca ocupou nenhum cargo relevante (sejamos claros, o Ministério do Ambiente nunca foi um ministério de topo em Portugal - e, infelizmente, diga-se) o poder quase absoluto. É este PS que a 40 dias das eleições não dá uma única ideia para solucionar a crise das contas públicas (estancada por Manuela Ferreira Leite e agravada por Bagão Félix). É este PS, que soube distribuir a riqueza produzida da obra feita de Cavaco que agora não vai saber gerir uma crise, porque o seu estilo de governação baseia-se em mecanismos como o RMG e as SCUT, que, por boas ideias teóricas que sejam, não têm aplicação prática, sem ser ao custo de todos os portugueses e das futuras gerações. É o mesmo PS despesista, é o mesmo PS da "tralha guterrista", que Portugal deve, sem sombra para dúvidas, negar a possibilidade de uma maioria absoluta dos votos e de mandatos na Assembleia a 20 de Fevereiro. Pelo bem de Portugal, para daqui a um ano ou dois não estarmos a disputar novas eleições, porque José Socrátes não aguentou o barco, que vai estar muito instável, porque as 5 eleições principais (Presidenciais, Europeias, Legislativas, Municipais e Regonais) vão-se disputar num período de 20 meses (de Junho de 2004 a Janeiro de 2006). Vem aí tempos muito turvos, para os quais o PS não é a melhor solução. Resta saber se é a solução possível, mas a isso voltarei mais tarde, em novo artigo desta série "Portugal a Caminho de Eleições", quando falar do PSD e das dúvidas que ainda tenho sobre este.
Portugal a Caminho de Eleições - III
O Sistema Eleitoral
Jorge Sampaio defendeu na SIC-Notícias a mudança do Sistema Eleitoral, para possibilitar a "melhor formação de maiorias absolutas de governo". Retirando o Método actual (de Hondt), passariamos a ter 2 alternativas: O sistema de listas nacionais e o sistema misto (115 deputados para as listas nacionais e 115 mandatos em círculos uninominais). No sistema de listas nacionais, e tendo em conta os resultados das eleições de 2002, em termos comparativos, o PS e o PSD perderiam ambos 7 mandatos, ganhando o CDS na mesma medida, enquanto o PCP/PEV ganharia 4 mandatos e o BE ganharia 3. A saber:
PSD 97 deputados (104, na versão actual)
PS 90 (97)
CDS/PP 21 (14)
PCP/PEV 16 (12)
BE 6 (3)
Em termos de maiorias de um só partido passariam a ser praticamente impossíveis, mas para (por mero exemplo) a formação da maioria PSD/CDS não haveria alteração ao actual quadro de mandatos já que a soma dos deputados de ambos voltaria a dar 118 mandatos. No sistema misto (Nacional e uninominal), e considerando que dos 115 uninominais (e por força do actual quadro político) apenas uns 5 escapariam ao "Bloco Central" e distribuindo proporcionalmente os mandatos daria o seguinte quadro:
PSD 106 deputados (104, na versão actual)
PS 98 (97)
CDS/PP 13 deputados (14)
PCP/PEV 10 (12)
BE 3 (3)
Ou seja, não aquece nem arrefece a teoria Presidencial. E se tivessemos um sistema onde o Presidente conseguisse falar em tempo correcto das coisas, e não em vespéras de eleições, onde as suas declarações são claramente vistas por todos como pró-maioria PS? Nem no Presidente já podemos confiar para estar acima da poeira partidária. A vontade popular de só ter confiado a Cavaco o poder legislativo quase ilimitado de uma maioria absoluta ainda é sinal de alguma coisa, digo eu...
Jorge Sampaio defendeu na SIC-Notícias a mudança do Sistema Eleitoral, para possibilitar a "melhor formação de maiorias absolutas de governo". Retirando o Método actual (de Hondt), passariamos a ter 2 alternativas: O sistema de listas nacionais e o sistema misto (115 deputados para as listas nacionais e 115 mandatos em círculos uninominais). No sistema de listas nacionais, e tendo em conta os resultados das eleições de 2002, em termos comparativos, o PS e o PSD perderiam ambos 7 mandatos, ganhando o CDS na mesma medida, enquanto o PCP/PEV ganharia 4 mandatos e o BE ganharia 3. A saber:
PSD 97 deputados (104, na versão actual)
PS 90 (97)
CDS/PP 21 (14)
PCP/PEV 16 (12)
BE 6 (3)
Em termos de maiorias de um só partido passariam a ser praticamente impossíveis, mas para (por mero exemplo) a formação da maioria PSD/CDS não haveria alteração ao actual quadro de mandatos já que a soma dos deputados de ambos voltaria a dar 118 mandatos. No sistema misto (Nacional e uninominal), e considerando que dos 115 uninominais (e por força do actual quadro político) apenas uns 5 escapariam ao "Bloco Central" e distribuindo proporcionalmente os mandatos daria o seguinte quadro:
PSD 106 deputados (104, na versão actual)
PS 98 (97)
CDS/PP 13 deputados (14)
PCP/PEV 10 (12)
BE 3 (3)
Ou seja, não aquece nem arrefece a teoria Presidencial. E se tivessemos um sistema onde o Presidente conseguisse falar em tempo correcto das coisas, e não em vespéras de eleições, onde as suas declarações são claramente vistas por todos como pró-maioria PS? Nem no Presidente já podemos confiar para estar acima da poeira partidária. A vontade popular de só ter confiado a Cavaco o poder legislativo quase ilimitado de uma maioria absoluta ainda é sinal de alguma coisa, digo eu...
Portugal a Caminho de Eleições - II
A suposta homossexualidade de Socrátes e Portas
Dois dos principais líderes partidários que se candidatam ás eleições de 20 de fevereiro próximo, têm sido alvos de constantes boatos sobre a sua suposta homossexualidade. A Paulo Portas, o caso já nem deve fazer grande mossa, já que é piada corrente e até serve para tentarem ligar o líder do CDS/PP a eventuais práticas de transsexualismo e, até, em alguns blogs e mentideros, a práticas pedófilas. Quanto a José Socrátes, devido também à sua recente vitória nas eleições internas do PS, o caso é mais recente, e aliás, alimentado pelo próprio (mesmo de forma involutária) ao manter um certo secretismo sobre a sua vida privada.
Não sendo a sociedade portuguesa tão voltada para as questões do íntimo dos políticos como as anglo-saxónicas (vide casos Blunkett e Clinton), seria bom, em nome da verdade, uma clarificação neste campo, já que evitava logo à partida que oportunistas como Manuel Monteiro, pudessem livremente, e a cobro deste manto de meias-verdades e boatos sobre Socrátes, provocar, como ainda hoje o fez, o líder socialista, perguntando-lhe que propostas eram as dele para o assunto do casamento homossexual. Lembrando que existem políticos eleitos e de sucesso que se assumiram como homossexuais noutros países, como o Mayor de Paris ou o malogrado Pim Fortuyn, por exemplo, não seria bom que estes políticos fizessem uma clarificação sobre a sua vida privada? Senão que sentido têm, por exemplo, Paulo Portas assumir-se como "conservador e cristão", se meio país ri dele, quando ele diz isto (e atenção que não estou a dizer que não se possa ser "conservador e cristão" e homossexual)? Não seria, também, pergunto-me eu, uma pedrada no charco em relação ás mentes atávicas e provincianas que habitam o nosso País? E, sobretudo, não seria a nível pessoal um alívio para esses candidatos se eles fizessem um "statement" sobre a sua vida privada, confirmando ou desmentido esses boatos?
Dois dos principais líderes partidários que se candidatam ás eleições de 20 de fevereiro próximo, têm sido alvos de constantes boatos sobre a sua suposta homossexualidade. A Paulo Portas, o caso já nem deve fazer grande mossa, já que é piada corrente e até serve para tentarem ligar o líder do CDS/PP a eventuais práticas de transsexualismo e, até, em alguns blogs e mentideros, a práticas pedófilas. Quanto a José Socrátes, devido também à sua recente vitória nas eleições internas do PS, o caso é mais recente, e aliás, alimentado pelo próprio (mesmo de forma involutária) ao manter um certo secretismo sobre a sua vida privada.
Não sendo a sociedade portuguesa tão voltada para as questões do íntimo dos políticos como as anglo-saxónicas (vide casos Blunkett e Clinton), seria bom, em nome da verdade, uma clarificação neste campo, já que evitava logo à partida que oportunistas como Manuel Monteiro, pudessem livremente, e a cobro deste manto de meias-verdades e boatos sobre Socrátes, provocar, como ainda hoje o fez, o líder socialista, perguntando-lhe que propostas eram as dele para o assunto do casamento homossexual. Lembrando que existem políticos eleitos e de sucesso que se assumiram como homossexuais noutros países, como o Mayor de Paris ou o malogrado Pim Fortuyn, por exemplo, não seria bom que estes políticos fizessem uma clarificação sobre a sua vida privada? Senão que sentido têm, por exemplo, Paulo Portas assumir-se como "conservador e cristão", se meio país ri dele, quando ele diz isto (e atenção que não estou a dizer que não se possa ser "conservador e cristão" e homossexual)? Não seria, também, pergunto-me eu, uma pedrada no charco em relação ás mentes atávicas e provincianas que habitam o nosso País? E, sobretudo, não seria a nível pessoal um alívio para esses candidatos se eles fizessem um "statement" sobre a sua vida privada, confirmando ou desmentido esses boatos?
sexta-feira, janeiro 21, 2005
Portugal a Caminho de Eleições - I
Confesso-me chocado com a senha partidária do PS a caminho das eleições de 20 de Fevereiro, e considero absolutamente inqualificável o que estão a fazer com o nome do Prof. Sousa Franco. Convidaram a sua esposa, Matilde, para ser cabeça de lista do PS por Coimbra, para aproveitar o balanço dado pelo apelido do malogrado Sousa Franco. Eu devo dizer que não acreditei na notícia quando a li nos orgãos on-line, pensando que seria um erro e que a esposa de Sousa Franco só seria candidata a um lugar simbólico em jeito de homenagem à memória do seu marido. Não seria o ideal, para mim, em termos éticos, mas seria moralmente aceitável. O que não é aceitável é que candidatem a senhora, que nem cartão do PS têm e que é de Lisboa, em primeiro lugar nas listas, só, repito, para tirar proveito político e eleitoral da trágica morte de António Sousa Franco. Contudo, a alternativa política ao PS, o PSD (do qual, esclareça-se, sou apoiante - porque mais vale um mau PSD que a tralha guterrista II), não está melhor. Em primeiro lugar das listas para Évora está a Ministra da Cultura, Maria João Bustroff, que, em 4 meses de mandato só teve uma grande referência nos orgãos de informação e foi porque o seu irmão foi apanhado no chamado "Processo do Parque". Para além de ser uma santanete, nada a qualifica para o lugar. Assim como acontece com Luís Filipe Menezes em Braga e Domingos Duarte Lima em Bragança. E acresente-se que vê, sem grande reacção, a grande jogada política do PS em pôr António Vitorino a correr por Setúbal (onde defrontará Zita Seabra, ex-militante do PCP) e onde, se o PS conseguir estancar o crescimento do BE e diminuir a influência do PCP, poder-se-á dar a estocada decisiva em relação a uma maioria parlamentar do PS. E assim vão as alternativas de poder em Portugal...
Politiquices é coisa que pouco interessa ou será que interessa muito?!
A Política no nosso país não é das melhores coisas, não é algo que dê assim tanta vontade de acompanhar porque pouco trabalho se faz (ou faz-se?!) e muito se discute parece que sobre "nada".
A nível internacional já interessa mais: A guerra justa/injusta contra o Iraque; a Unipolaridade e arrogância dos EUA ou simplesmente a constatação de serem de facto a única Superpotência no Sistema Internacional; o conflito no Médio Oriente; ...
Este é um blog feito por 2 amigos que se interessam por política (às vezes confesso, o João é mais interessado que eu) que resolveram expressar algumas das suas ideias e discussões sobre política. Para todos os que gostam de política e porque não também para os que nem por isso gostam..
Se formos extremistas por vezes intervenham, chamem-nos à atenção, mostrem-nos outro caminho melhor, digam se concordam mais comigo ou com o João quando entre nós não concordarmos nos nossos "debates".
A todos os que por aqui passem os cumprimentos
A Política no nosso país não é das melhores coisas, não é algo que dê assim tanta vontade de acompanhar porque pouco trabalho se faz (ou faz-se?!) e muito se discute parece que sobre "nada".
A nível internacional já interessa mais: A guerra justa/injusta contra o Iraque; a Unipolaridade e arrogância dos EUA ou simplesmente a constatação de serem de facto a única Superpotência no Sistema Internacional; o conflito no Médio Oriente; ...
Este é um blog feito por 2 amigos que se interessam por política (às vezes confesso, o João é mais interessado que eu) que resolveram expressar algumas das suas ideias e discussões sobre política. Para todos os que gostam de política e porque não também para os que nem por isso gostam..
Se formos extremistas por vezes intervenham, chamem-nos à atenção, mostrem-nos outro caminho melhor, digam se concordam mais comigo ou com o João quando entre nós não concordarmos nos nossos "debates".
A todos os que por aqui passem os cumprimentos
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